terça-feira, 12 de junho de 2012
Enquanto eu viver
Enquanto eu viver.
Wesley Faria
Um dia a gente acorda com a mesma meia furada,
A mesma roupa amassada e logo se pergunta,
Quando é que tudo vai acabar?
O suco de laranja na mesa,
O cheirinho de tempero vindo lá da cozinha,
O barulho dos carros na rua,
O fechar das cortinas brancas
Cortinas que separam nosso santuário do resto do mundo.
O banho de mangueira no quintal,
O espreguiçar na poltrona da varanda,
A luz do sol que toca de leve seu cabelo,
Cada raio de sol entoa uma nova nota,
E tudo isso no final, vira uma sinfonia pessoal.
Aí vem a chuva e lava a poeira do passado,
Cria vida onde antes existia apenas sombras,
A garoa toma conta do chão,
Parece que até as árvores se encolhem com o friozinho,
O dia vai acabando,
E a gente deitado, quietinho,
É quando a pergunta vem,
Será que tudo precisa passar?
Logo a resposta rasga o ar,
E revela que a vida é uma fotografia,
É reza de ave-maria,
É canto de beira-de-pia,
É feita a cada dia,
Sem ter pra que ou porque,
Pois a vida,
A vida é enquanto eu viver.
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