terça-feira, 26 de junho de 2012

Cidadão do Mundo


Cidadão do Mundo
W.Faria

E eu pergunto poque?
Por que tanto mar sobrando
E meu barco não está a navegar?
pq sempre que começo a levitar
Alguém vem me dizendo
"hey, saia já daí, vc não pode voar"
E eu vou descendo sutilmente,
Tocando o chão de novo,
Covalescendo o sonho
E sentindo a brisa se tornar
Lampejo de sonho dentro da mente.

E eu pergunto POR QUE?
Por que  a velha rezadeira não
avisou ao mundo que 
quando o segundo
for o maior tempo que houver
O primeiro ato a se fazer
será se unir ao átomo
E como ele se alinhar
Em uma crescente e luzente
forma de vida.

Mas, devaneios a parte,
Eu pergunto:
"Por que?" 
Por que o pescador,
Quando escuta o canto da sereia
não imagina mais que é a rainha das ondas
A lhe convidar pra dançar sob o luar,
sob as águas encantadas de Yemanjá?
A morena beira-mar ainda está por lá,
ainda caminha faceira mirando os olhos na areia
E espera o apito a chamar.
Nos braços o abraço apertado
que carrega um suspiro dobrado
e que se encaixa em apenas um lugar,
o abraço suado do seu par.

Vai ver que a poesia sumiu,
se petrificou em labaredas industriais,
vai ver que a fumaça tapeou os temporais,
que sem saber onde chover,
acabaram por molhar outros quintais.
De fato a foto do hoje não principia o amanhã,

E a flor ainda ousa despetalar-se
em aromas e versos pela manhã.
Como a flor que se traduz em verso me vou,
fico a sós comigo mesmo e percebo que

existe mais que uma constelação dentro de mim,
mais que mil sóis e mais aroma que mil jasmins.
Olhei para dentro de mim
Percebi aquilo que não via do lado de fora,
tudo que havia perdido, entulhado,
empilhado em caixas empoeiradas
no átrio direito do peito.

Em uma delas, na que estava escrito "Cuidado, Frágil."
notei um brilho diferente, confesso que o brilho quente,
me deixou deveras sorridente
Lá fui eu desbravar minha alma,
durante minha caçada interior.

Rompi florestas de ignorância,
cortei e podei as flores e ervas daninhas,
por fim cheguei a minha caixa de pandora interior.
Com dedos postos de leve e lentas passadas a segurei,
um sorriso desconfiado me mascarou a face.

Na caixa estavam meus sonhos,
com o peso de mais de mil toneladas
Mil toneladas de versos inacabados,
versos os quais decidi completar.

Porém nada é tão simples que não se possa dramatizar,
para completá-los precisava cancelar o contrato
com a grande roda exterior que faz do sonho um rato.
que me fazia correr em busca do sonho do outro,
em busca do sonho do ouro.

Rompi com homens, mulheres e cidades,
criei novos homens, mulheres e cidades dentro de mim,
me tornei senhor do meu próprio sonho e descobri o
rumo que meus passos darão a partir daí, em busca do sorriso.

Cortei os laços do nada,
refiz as pazes comigo e tudo mudou em um segundo,
Decidi deixar de ser ser que vaga para ser cidadão do mundo.

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