quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Mar vermelho



Oq se vê no horizonte? ventos frios, céu noturno e trevado. Donde vem o vento? donde vem a escuridão? Donde vem o frio que corta as cortinas rumo a face? somos apenas plumas sob a tempestade, gelo sob o sol, seres repletos de resiliência tentando cruzar o mar vermelho.

Mar que se finda e se reinventa no rochedo, onde ancoramos ou batemos,
oq difere a chegada é o rumo que tomamos.


Finda noite, finda dia, vida, sorte ou vazia.

Improviso, dia 30/12/09 - 21:18

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Auterego.


O ho
mem do chapéu vem, vai, sorri e sai,
deixa seu rastro de felicidade numas poucas
letras tangidas por sua mão, escritas com
amor num pedaço de papel de pão.
Salve homem do chapéu, salve.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Drem a little dream with me





























A Velha Praça

Na praça não passa luz,

A luz não passa apressada,
A praça que me conduz,
À luz que passa com graça.



Na praça um velhinho
sorri,
Na praça passeia um gurí,
Com bola,
sua pipa e peão,
E com seu mundo em uma mão.

Na praça não tem nevoeiro,

Preocupação e desespero,
O tempo pára na praça,
O mesmo tempo, que passa,
Com luz, beleza e graça.

Ao meu lado a dama da praça,
Mas não da praça em que passam,
O velhinho e o gurí que anda em vão,
A dama a qual me refiro, que me arranca sorrir e suspiro,
é dona da luz e da graça da praça do meu coração.


w.faria


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

No Mais - Poema Noturno 02:08


No mais - Wesley Faria

No mais, vai tudo bem,
Sem nenhum poema pra me iluminar
No mais, vem vindo alguém,
Com uma velha boa nova, pra me dar
No mais, não sei mais não, a vida no chão,
A vida se vai, pra trás.

No mais, vai tudo bem,
Sem mais ninguém, pra perturbar,
Pra me arrancar da cama, às três da manhã, a vida tão vã,
e sã sem sal.
No mais, vou ler meu jornal, pra mim tanto faz se chove ou faz sol,
No mais, não quero falar, vou ir por aí, vender o meu pão,
No mais, plantar uma flor, morrer de amor, ou de solidão.

O Menino sem sombra – Wesley Faria

Todos os dias ele passava diante do espelho e tinha a certeza inenarrável de que não fazia a mínima diferença para o mundo que o cercava. Pensava que era uma espécie rara, um ser em extinção, em extinção até mesmo do dicionário, um menino sem sombra, sem chance de ser notado, achava que seu receptáculo de sonhos, sua caixa torácica estava vazia, sem vontades e objetivos era de se esperar que ele tivesse medo de tudo, medo de estrelas, da noite, do sol, do açoite, do choro e do riso, do áspero e do liso.
De fato não tinha muito do que se gabar, só mesmo do que se amedrontar. Só não tinha medo do silêncio, que lhe varria a alma diariamente, que lhe sussurrava ao pé d'ouvido o quanto ele era bonito, o silêncio, seu amigo de sempre que lhe acolhia pelas noites, que cantarolava sonetos ultra-românticos que lhe embalavam a alma.
Mas algo estava fora do normal e ele já suspeitava. Seu jornal não lhe dava mais cobertura, seu papelão não lhe esquentou de fato, deu falta até do seu sapato, que embora furado, sem cordão ou palmilha, para proteger do chão era uma maravilha.
Nada de escuro ou de pensares noturnos, naquela noite, naquela soturna noite ele ouviu um som que mudaria pra sempre sua vida sem sombra. Era um som estranho, um tanto quanto agudo, um tanto quanto sutil, uma candura de som, um som que deslizava lentamente para seus ouvidos. Levantou-se e deixou-se levar pelo som, o seguiu por entre as ruas, os becos, os cães e guetos até que encontrou um jeito de observar sem ser notado, por cima de um muro.
Um homem estranho se movendo de forma estranha, com um arco na mão, que mais parecia uma vara de se bater em criança levada, assim como acontecera durante toda sua vida, mas ele não sentia medo, afinal era um som tão harmonioso e cativante que ele saltou o muro e caminhou para mais perto. O homem, por sua vez, não parava de tocar, de solfejar aquelas notas mágicas, aqueles sons estranhos que lhe atraía, mais e mais. Por um minuto o menino sem sombra pensou sentir algo diferente, mas como pode? Ele não sentia, não pensava, ao menos era o que aparentava, porém, e sempre existe um porém, o menino viu algo que lhe assombrou a alma, que aliás não sabia que tinha. Ele se viu cantarolando, bailando sobre o luar, embalado pelas notas saltitantes que saiam do instrumento deveras curioso.
Tratava-se de um violino, rajado e tigrado, 4 quartos, arqueado por um músico apaixonado, nos seus olhos o menino enxergava a lua, o céu estrelado e os sonhos, a muito esquecidos, até mesmo os não sonhados olhavam pra ele através dos olhos do senhor de vestes distintas, casaca meio fraque e cartola combinando. O menino sem sombra ficou toda a noite em claro, embasbacado diante daqueles sons, e a noite foi pequena para a extensão de seus sonhos, tão pequena que logo raiou o sol, o rei das cores e calores, que de tão quente, tanto que o musico foi obrigado a guardar seu violino em sua caixa preta e ir-se por entre as sombras das árvores da calçada, o que deixou o menino, pensante e com um sorriso estampado em sua carinha estonteada. Pôs-se a caminhar de volta e tinha agora, apenas um pensamento a seguir, aquela musica o dominara por completo e ele repetia pra si mesmo o quanto era doce redescobrir o sonho, e, pouco a pouco foi percebendo que o sol iluminava seu corpo e algo mágico acontecia sob seus pés, sua sombra pouco a pouco aparecia, o que o fazia pensar que a única coisa que faltava para seu surgimento era se deixar luzir pelo sol, ou pelo sonho, já não fazendo mais importância a ordem das palavras, só mesmo seus sentidos. O sol, a sombra e o menino eram feitos da mesma matéria, os sonhos, que agora se reinventavam diariamente em sua mente, metas e objetivos calcados na arte.
Enfim, o menino sem sombra agora poderia ser notado, visto como um ser que pensa, ser que sonha, um ser vivo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Meu peito é teu.

Recosta teus olhos em teu leito de repouso,
Sente teu peito luzir e ser acariciado pelos brancos brilhos d'aurora.

Enrosca teus sonhos nos pensares mais leves e tenta ter calma ao menos por uma noite,
Abre teu coração como flor em botão e torna viva a cor de tua alma.

Se sentires falta de algo como uma canção a tira colo, ao leito da janela, avisa-me que encontro teu penar e alivio-te a dor, levo o som do banjo pra tua janela e sussurro baixinho para não perturbar a calma da noite que dorme.

Recosta teu sono em meu peito e diz-me quanto dói o "não ter" de amor que lhe rasga o peito.
Faça um desejo, jogue uma moeda, veja uma estrela cadente e sorria, Meu peito é teu.