sábado, 28 de janeiro de 2012
A Dama da voz.
W.Faria
Fios emaranhados como o novelo da vida,
Vida emaranhada no fio do tempo,
E o tempo se desfaz sob seus pés,
Dizem que ela, rasgando o dia,
Se foi com sua melodia,
Forte canto de Iara,
Que ao lonje se ouvia.
O mar, escuro que só,
Trouxe o tom da dama d'água,
Fez da brisa um lençol,
Que ela nem precisava.
Pois tece o tempo,
Vai com o vento,
Brota de dentro e me faz em migalhas.
O céu confuso no mar,
Se perde em estrelas que caem de lá,
Se mira na água e se turva ao ouvir,
A voz que lhe diz claramente para perder-se de sí.
A voz atrai barcos, marujos, navios,
Desfaz ondas e é do frio o arrepio.
Vê! é ela, Iara, cantando o seu amor,
Vê! sou dela, Iara, comigo por onde eu for.
E me vou, morrendo pouco a pouco,
sobre os sonhos amarelados das pessoas cinzas.
És mistura de mar, céu e convés,
És conto de pescador, nas ondas da solidão,
És ùnica criatura, durmo fácil em teus pés,
És mística criatura, com o mundo em suas mãos.
A Dama da voz de açoite,
Mesclando luz do dia,
Com o doce pecado da noite.
Para Daiane Landim, eterna "TISA"
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