domingo, 1 de abril de 2012


A Baiana
Wesley Faria

Ó paísso, vê se eu posso cuela?
Tem cheirinho de erva doce salpicada com canela
Ó paísso maínha, passo leve de rainha,
Quando chega não anuncia,
Não conhece campainha?
Vem de leve, requebrante,
Cria o verso num instante
Não desperdiça uma linha.

Ó paísso mainha,
Tem jeito com essa baiana?
Mistura o sol com o céu,
Ela pensa que me engana,
Fazendo do meu chapéu
Uma pequena choupana.

Visse mainha? o sol escorreu em um raio,
Rasgou a bainha do tempo,
Caiu feito um leve desmaio,
Tocou de relance o mar,
Ergueu um solfejo no ar,
E deitou-se para esperar o luar.

Ah mainha que lindo que é,
O cheiro que fica no ar,
Quando eu ouço o seu pé,
Sambando pras bandas de cá.

Ó paisso mainha, ó paísso!
Se a rua do pelouro padece,
Logo ela, a baiana aparece,
Se enfeita todinha de fita
Pra deixar a cidade mais viva,
Aí todo dia vira dia de estréia Painho,
Pra quem tá pertinho da Deia.

---//--
Para Deia Pereira com poemas e um cheiro!

Um comentário:

  1. Ô, coisa mais linda. Num vo ter palavras nunca pra te versar por completo. E nem quero, te viver já basta. :)
    Te amo, pedaço :)

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