sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Natureza morta


- Ja é tarde! grita o pequeno vaso de flor na janela, com suas cores que fazem lembrar filmes de almodôvar, com suas pétalas que aveludam-se mais a luz do sol.

- Já não se pode fazer mais nada! completa o vaso em sua exclamação derradeira.
Mas pelo que choras? Um ser oriundo de tanta beleza, de tanta mágica, ser de tanto luzir, oque pode ser? seria o orvalho gélido matinal? Seria o nada fotossintético anubliar anunciando a próxima estação?

Nada disso, nada faz sentido.

Nada é tão ruim assim.
Pelo que o vaso grita, pelo que exclama ao jasmim, é não poder andar liberto, meio as flores do jardim.

Homem Cansado



Num dia branco ele sai, vai até a varanda, olha para a nuvem, vê um bicho,
Cantarola uma canção sem ritmo, mira a cama, mira a rua, mira o sofá, mira o relógio, mira o sol, se cega, mira os pés, mira na fonte e não bebe.
Cansado de viver de mira, mira na fonte e atira.

Enfim, o descanso.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cores

Preciso de uma palavra para escrever um poema,
Pensei em pena, pensei em cena, mas não creio nessas palavras,
Então deixei de lado a pena que vomita o lirismo que me entope as veias e peguei meu violão,
Porém me fugiram os acordes,
um dia acordo de acordo com a arte que escrevo e vou viver de cores,
As mesmas cores das quais já bebo.


W. Faria

domingo, 19 de setembro de 2010

A Discussão é a arma dos fracos e o silêncio a arma dos fortes.
w. faria

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Palmas para mim

Um bolo,
uma vela,
um aplauso,
uma tela.

Pinto a óleo,
escurece,
pinto o quadro,
que envelhece,
na poeira,
se esquece.

Sinto o tempo,
o relento,
acalento,
sinto e penso,
sou o que sinto,
sou o vento,
eu não minto.

Mais Rugas, mais amor!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aos que lêem

Um texto simples é dotado apenas de palavras, um texto profundo é dotado de palavras e sentimentos, um texto leve é dotado em suma por pensamentos de origem apaziguadora, um texto que tem por origem a intenção de criar controvérsia é dotado de acidez e raciocínio.

Textos existem aos montes, sentimentos existem aos montes,
sentidos para as palavras existem aos montes, o que realmente difere o curso das letras colocadas em cadência e enfileiradas corretamente é a evolução psicológica e sentimental de quem as lê, essa é a maior dificuldade do mundo moderno, gerar consciência em quem está pré-disposto a ser inconsciente e inconsequente.

À esses meu Boa Sorte uníssono e um pedido, Acordem, ainda dá tempo de retomar o controle de seus intelectos, mas se por um acaso optarem por não atar as rédias das suas consciências às suas mãos só nos resta, só me resta entender e não exigir muito das pobres mentes subdesenvolvidas, que acham graça de palavras pomposas como "Outrora" ou mesmo de palavras simples como "melancolia", à esses meu muito obrigado por me deixar sentir a superioridade intelectual e porque não espiritual e literária que me foi presenteava por Deus.

Grande abraço aos amigos que visitam meu Blog, sorriem, caçoam e não entendem absolutamente nada dos meus escritos e dotados de muito mais sabedoria que qualquer um de suas pequenas frases que estampam jornais e revistas.

Atenciosamente,
O que escreve.

terça-feira, 11 de maio de 2010

MORRER É ACORDAR.

MORRER É ACORDAR.
O Choro reunido num dia de chuva, a chuva lavando a tristeza, tristeza que se renovava a cada gota do mix de lágrimas e água, orvalho e lembranças. Os olhares ao chão, as flores, os passos lentos, os suspiros e os soluços sem distinção, jovens e adultos dividindo uma mesma canção.
O caminho se tornou longo até o lar dos que já se foram, o tempo parou por uma hora. Na memória estão registradas as cenas de um dia de dor. Sei que irão se renovar, porém não serão substituídas, afinal nenhuma lembrança é a mesma a cada dia. Assim como o sol não é o mesmo todos os dias, também não são as mesmas gotas de chuva que nos molham a cada tempestade. As pétalas de uma flor não são iguais, nem mesmo existem flores iguais, tudo é feito de pó, a luz e a sombra, o preto e o branco, o sorrir e o chorar, bem como o velho e o novo. Alguém me disse que Deus está nos detalhes e me parece bem verdade, lembro de cada detalhe, dos teus dedos gelados me fazendo cócegas, seus sorrisos tímidos e das gargalhadas quase nunca arrancadas por ninguém, lembro dos seus olhos pequenos escondidos por suas trêmulas mãos, lembro também dos agasalhos que lhe recobriam o corpo mesmo em dias de calor.
Só nos resta lembrar dos sorrisos da velhinha brincalhona e dar o último adeus, ou um até breve para cada lembrança diária.

À Minha Avó Paterna. Terezinha
8/05/2010.

domingo, 21 de março de 2010

SANTA

Teu manto, teu oratório, tua manta teu cobertor,
juntando verso e rima, cordeis por onde ela for.

Imagem e fotografia, a foto e a minha canção,
teu leito e a melodia, da palma da tua mão.
Tambores clamam teu nome, pandeiros, velas no chão,
a arte santa e insone, teu corpo santo no chão.

Um riso e um lampejo,
de janeiro a janeiro,
desejo, desejo e desejo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Para Guti Fraga (Nós do Morro)



Rugas e Rusgas

Preciso contar-lhe uma história, eu carrego nas costas as paisagens que eu vejo pelo mundo no qual ando.
carrego flores na janela, um som que principia o canto do sabiá, um tom diferente no céu, teu céu.
Rápido, pegue seu xale mais belo, use-o de refugio para seus sonhos mais adocicados, teus sonhos.
Vê os meninos soltando pipas sobre os morros, teus morros.
Vê as senhorinhas passeando com seus cachorrinhos nas calçadas, tuas calçadas.
Vê os velhinhos engravatados sob o sol caminhando sobre as pedras da vida, tua vida.

Um sorriso frouxo, grávido d'outro, explode em êxtase, chove teu choro de alegria, tua alegria.
Rí teu riso frouxo e engole tuas preçes. Um ano a mais, um dia a mais, mais uma página do livro,
abre teu olho e vê o mundo, vê o mundo e caminha tuas estradas, ensolara teu mar com tua alma.

Seja todo flor, desabroche a cada dia em solos diferentes, regue as sementes e colha teus frutos,
Carrego flores na janela, um som que principia o cantarolar feliz de alguém que antes não era poesia e hoje é um mar de versos.



Ao Amigo Guti Fraga, pelo seu aniversário.

quarta-feira, 10 de março de 2010

BELA FLOR

Bela Flor - W.Faria (Realejo)

Você é com certeza a mais bela flor que nasceu com o amor regado assim,
Você é com certeza a mais bela flor do meu jardim enfim , plantei você e só pretendo lhe colher, quando o inverno chegar aqui

Lhe protejer,
Lancar no mar,
Lhe resgatar,
Mergulhar, no seu olhar.

Você é feita de sol e clarão de luz, calor, me enfeita mão, me leva a dor.
Vou levar você pro meu esconderijo, a salvo do mundo do cinza e do não,
Vou levar você pra onde eu me for, deserto, solidão,
Tanto faz, você e eu, e ninguém mais.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ano novo emprego novo!

www.vivacultura.org

ANO NOVO! EMPREGO NOVO!

Comecei esssa segunda-feira na área de criação da galera da Viva Cultura! um lugar onde as coisas acontecem de verdade! show! teatro! musica e arte de qualidade!

Fernando Parente, Marcelinho e Gustavo! gente da melhor qualidade! acelerados! rs

wesley (num post nada poético mas muito empolgado)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Pra que serve o medo?

Pra que?
w. faria


Pra que serve o medo?
De onde vem esse tal sentimento que tortura as veias e nos manda direto pro abismo obscuro e gélido da inércia sentimental?
Pra que serve o medo? E o escuro, pra que serve? Pra que serve essa ausência de imagens? Essas sombras que se atrevam sobre nós e sob o céu? Pra que serve o céu?
Certa vez, quando criança, me disseram que o céu serve para os bons, mas e os maus? Merecem o céu ou merecem mais tempo? Pra que serve o tempo? Esse emaranhado de pontos, horas e ponteiros, ora curtos ora longos, tempo bom, tempo ruim, tempo de chuva e de sol, pra que serve
o sol? Pra iluminar talvez, mas o que ninguém sabe, o que ninguém desconfia, é que o sol não ilumina a si mesmo, ele vive para iluminar os demais, a sí mesmo, ele queima, ele arde, ele se torna fogo e se consome em labaredas, em piruetas coloridas, vermelhas, amarelas, brancas e pretas. O sol serve aos outros, serve aos homens, mulheres, crianças, bichos, plantas flores, cores, montanhas e planíces com seu calor, ele é um garçom celestial, com um dom fenomenal, chega até dar medo de tanto poder, mas pra que serve o medo?
O medo é o freio do homem, é o alicerce da fé, e pra que serve a fé? Para nortear o caminho, para sentir que não estamos sozinhos e pra que ficarmos sozinhos? Se é no outro que nós nos vemos e revemos, revemos conceitos, direitos e feitos, é no outro que tentamos ser perfeitos, e
pra que ser perfeito? Ser óbvio e cheio de dogmas, pra que? se é no erro e nos deslizes que sorrimos mais, fazer tudo igual não é normal, e pra que ser normal? Se ser normal é ser igual, quero ser igual a quem não é nem de perto normal, quero ser desigual, desigualmente poesia, desigualmente amante, desigualmente romântico, desigualmente complexo, ser o nexo do desconexo e por fim, ser o eixo do desleixo e da minha poesia, colorida que erradia tanta vida, quero ser cada letra, que transporta a marcha lenta, toda minha magia.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Quem vai de poesia quem vai?


Quem vai de poesia quem vai?

w.faria

Olha ae, quem vai?
Quem vem?
Vale mais,
Um vintém,
Quem vai de poesia quem vai?
Quem vai de verso e prosa quem vai?
Quem vem de poesia quem vem?
Quem vende a poesia que tem?
Quem vem de verso que critica?
Quem vem de verso que afaga?
Quem vende verso que espeta?
Quem vende verso que encoraja?
O verso é a frente de batalha!
O verso é o fronte que se espalha
A fronte sou eu!
O afronte é meu!
Quem vai de poesia quem vai?
Quem vai de verso e prosa quem vai?
Quem vem de poesia quem vem?
Quem vende a poesia que tem?
É barato!
Um barato!
Morte à barata e vida longa ao gato.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um tanto de mim


Um tanto de mim outrora sem fim!
Agora aguarda um novo começo no jardim.