terça-feira, 11 de maio de 2010

MORRER É ACORDAR.

MORRER É ACORDAR.
O Choro reunido num dia de chuva, a chuva lavando a tristeza, tristeza que se renovava a cada gota do mix de lágrimas e água, orvalho e lembranças. Os olhares ao chão, as flores, os passos lentos, os suspiros e os soluços sem distinção, jovens e adultos dividindo uma mesma canção.
O caminho se tornou longo até o lar dos que já se foram, o tempo parou por uma hora. Na memória estão registradas as cenas de um dia de dor. Sei que irão se renovar, porém não serão substituídas, afinal nenhuma lembrança é a mesma a cada dia. Assim como o sol não é o mesmo todos os dias, também não são as mesmas gotas de chuva que nos molham a cada tempestade. As pétalas de uma flor não são iguais, nem mesmo existem flores iguais, tudo é feito de pó, a luz e a sombra, o preto e o branco, o sorrir e o chorar, bem como o velho e o novo. Alguém me disse que Deus está nos detalhes e me parece bem verdade, lembro de cada detalhe, dos teus dedos gelados me fazendo cócegas, seus sorrisos tímidos e das gargalhadas quase nunca arrancadas por ninguém, lembro dos seus olhos pequenos escondidos por suas trêmulas mãos, lembro também dos agasalhos que lhe recobriam o corpo mesmo em dias de calor.
Só nos resta lembrar dos sorrisos da velhinha brincalhona e dar o último adeus, ou um até breve para cada lembrança diária.

À Minha Avó Paterna. Terezinha
8/05/2010.

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