sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Natureza morta


- Ja é tarde! grita o pequeno vaso de flor na janela, com suas cores que fazem lembrar filmes de almodôvar, com suas pétalas que aveludam-se mais a luz do sol.

- Já não se pode fazer mais nada! completa o vaso em sua exclamação derradeira.
Mas pelo que choras? Um ser oriundo de tanta beleza, de tanta mágica, ser de tanto luzir, oque pode ser? seria o orvalho gélido matinal? Seria o nada fotossintético anubliar anunciando a próxima estação?

Nada disso, nada faz sentido.

Nada é tão ruim assim.
Pelo que o vaso grita, pelo que exclama ao jasmim, é não poder andar liberto, meio as flores do jardim.

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