domingo, 4 de outubro de 2009

Quem volta do mar

Num canto de Iara percebo a mudança das ondas,
A lestada forte que renoa o negrume das águas.
Os pescadores que se entrelaçam com a neblina
E a neblina que definha lentamente rumo a praia.
O perfume suave da manhã que começa tomar o cais
Num turvo amanhecer que se despe para o dia vestido de sol
O negrume, agora pardo, se transforma num verde água apaixonante.

O mar e o dia parecem sorrir,
Vejo calcanhares molhados,
Pescadores contam suas piadas no bar mais próximo
Mas logo vão pra casa
abraçar suas esposas, flores morenas, louras, multicores,
Que aguardam para ouvir da noite na lida,
Logo vão conversar com Deus,
Olhar nos olhos de suas filhas e abracá-las.

Tomar um café e afagar seus cães.Logo irão dormir.
E tão logo o mar os tomarão novamente e, sutilmente, se vesitirão com a turva e doce neblina, neblina que vem, languidamente, apagará o colorido do mar, dos barcos. Por fim tomará seus corpos descansados mais uma vez, mais uma noite
até que um dia, não mais havendo surpresa, ninguém mais volte da boca da noite.

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