terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu do Mato
W.Faria

Gosto mesmo é de comer amora, goiaba e comer jamelão.
Rir um riso frouxo com os lábios roxos em profusão.

Gosto de andar descalço, leve, solto feito bicho, feito flor,
feito o morro que ninguém alcança.

Gosto é de nadar no rio, sentir o friozinho gelar a nuca,
caçar rolinha, roçar a relva e me vestir de flores e cipós.

Gosto do gosto de mel, não o enlatado, esse não me agrada não,
gosto do mel natural, aquele que é difícil de pegar e dá mais prazer em comer.

Gosto do cheiro do vale,
do canto do sanhaço, gosto de celebrar a vida ao léo, sob as estrelas
Sobre o topo brilhante do morro ao longe.

Por fim, gosto de ser a melodia do vento e sussurrar meu nome por onde passo,
assim, deixo um pedaço de mim por aí, pelo mundo e me torno ser sem dimensão,
difuso no ar, caído na grama e cheirando a jasmim, sou mais feliz assim.



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