domingo, 15 de julho de 2012

A fila sempre volta

De todas as mulheres as quais amei você foi a que me deixou mais saudade.
Quando nossos pés se calçavam de nós mesmos, se enroscavam entre lençóis e o cheiro do café nos fazia levitar pelo quarto. Nossas juras de amor que varavam a madrugada e ficavam coladas nas nuvens de nosso pai Oxalá, que as lia e só ele sabia que não faziam o menor sentido.
Saudades das tardes na praia, olhando o mar lamber a areia e o sol beijar o mar, osculando de leve o horizonte, que de azul virava laranja e se incendiava lânguido e quase inerte. Algumas pessoas passaram pela minha vida e deixaram cortes, outras deixaram frestas, poucas deixaram lembranças, mas pela porta que você deixou aberta é que passam todas as lembranças enfileiradas, que me desejam bom dia, boa tarde e boa noite, uma a uma, lentamente e eu as cumprimento, uma a uma até que a última passa e  me diz olá novamente, é quando a fila volta e a fila, a fila sempre volta.


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