terça-feira, 15 de novembro de 2011

Seja o Mar.
Raianne Senna e Wesley Faria

Não me tome como o mar toma a praia,
com sussurros de neblina e banhos noturnos,
não me tome com seu sol que me despe em um instante e em um vulto lancinante deixa um rastro de lembranças em meu pensar.
Rompe teu costume e me entende como sou.
Segura a minha mão, sinta o frio e o calor dos meus dedos,
olhe dentro dos meus olhos e veja os brilhos escuros que só a luz da lua cheia pode fazer brotar,
olhe como o mar refletido e mais violento que o que molha os nossos pés e nos faz perder o equilibrio.
Eu cheguei a fugir dos vultos,
das minhas próprias sombras,
aprendi o idioma de outras ondas e onde eu cheguei depois de tanto andar?
Nessa mesma praia que tomei e me afoguei de felicidade como a primeira vez.
Seja meu porto, seja meu barco, seja o mar, seja o mar.

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