sexta-feira, 17 de maio de 2013
Doce Lembrança
Doce Lembrança.
W.Faria
O dia parece ter amanhecido mais claro, parece que o ar adquiriu um gosto de flor, o chão recém molhado criava pequenos oasis em plena cidade acizentada pelo tempo. Até o riachinho no qual pulverizam torpes odes parece ter se tornado um braço de mar ou mesmo o leito de água doce, vontade de me banhar sem culpa ou preocupação. Parece que todas as praças estão desertas como está deserta a claridade do céu e pela primeira vez a solidão do banco vazio não é triste.
A caravela desliza no interior da calça envelhecida pelas trouxas amareladas de roupas amontoadas no pequeno quarto escuro recheado com poesias e músicas recém compostas e postas de lado como um passo já dado. Creio que o mar veio me visitar, pois é o mar o grande pai de minhas barcas de saudades, amores e desamores, vividos e imaginados. Salgado e imenso mar, como é imensa minha certeza de que hoje, hoje o dia amanheceu mais claro.
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