sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Deriva. W.faria
   
Naquele momento nao existiu o tempo,na verdade era como se ele nunca tivesse existido, sujeito impiedoso e petulante esse tal de tempo. 
Naquele momento os olhos estavam fechados e as maos lentamente se soltavam, se iam e se iam num ir languido e singelo, como se fosse preciso delicadeza para expressar uma partida.
Naquele momento todas as oraçoes do mundo nao foram capazes de formular uma só frase, uma só palavra! 
Naquele momento,que duraram quatorze anos contados por mim mesmo enquanto ouvia seus passos caminhando rumo a escadaria. 
Ela se perdia de vista a cada novo som e eu que sempre tive à pena a postos nao a saquei qual carabina e disparei.Naquele momento o cheiro da tabacaria da esquina se fez mais presente do que nunca, como que me convidando para entrar e pousar em meio a fumaça densa de charutos e palheiros.
Naquele momento entendi o peso da frase "olhos de ressaca" aos quais o poeta se referia ao falar sobre Capitu, olhos de maremoto.Naquele momento e ate agora eu fui e sou apenas um marujo a deriva.


Vida
W.Faria


No emaranhado de linhas do tempo sigo a luz do dia vão,
sigo a dança das estrelas que tenho na palma da mão.
O céu da boca me disse que a vida se vai num segundo,
como uma estrela que risca por entre as nuvens seu lume.

Não quero dizer ao mundo dos sonhos que ainda tenho
tento dizer a mim mesmo que os sonhos são só desenhos
tecido que teço ao dormir e me cubro tão repentina,
num susto aprendo com a noite, a estrada que a vida ensina.


Para amiga Lohaine um poema cheio de vida.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Em chamas.

W.Faria


A terra rachou em duas, o cheiro brotou do chão, o chão se molhou com a chuva, a chuva seguiu o trovão.
o trovão gritou seu sussurro, que pra nós não foi mais que um louvor, de uma noite de neblina corrente,
anebliado do puro rancor.

O barro não mais se enlama, não mais se ajunta nos cantos com pó,
se serve de pés como cama, dos pés que suja não tem dó.

Os pés não caminham descalços, caminham vestidos de lama,
Os sonhos se vestem e despem, conforme o dançar de uma dama,
a dama que baila na lama e me chama, me chama, em chamas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Jazz é o brega internacional. 


W.Faria
O Amor resiste quando o amor existe.
W.Faria

quarta-feira, 5 de outubro de 2011


Sucesso
w.faria

de repente não mais preciso de horas para guiarem meu dia
de repente não mais preciso de musicas,
de repente não mais preciso de poesia,
de repente não mais preciso de barcos para navegar
de repente não mais preciso do tempo
de repente não mais preciso de amores,
de dores, sabores, calores, cores e gratidão
de repente a única coisa que me faz sentir novamente
é o batimento do meu coração, sem sonhos e sem realização.
Como num vôo rasante por um chão empoeirado, fatigado pelo sucesso
que se foi a tempos e quem sabe esse mesmo sucesso já se faz desnecessário?
Quem sabe ele nunca foi necessário?
De repente agora posso ver melhor.
Ver que não sou o sucesso que queria ser,
Tenho o sucesso que não podia ver.

Poema de improviso para o amigo Jorge Augusto

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Nasce Uma Cidade
Barra Mansa 2011






















Meu
w.faria


Meu mundo é meio a meio, meio dia meia noite, em um um beijo no outro o açoite, meu mundo é nada meu, nele as representatividades se tornam nuas, se despem, cruas e se entregam feito pluma ao léu, suas. Meu mundo é meio faz de conta, colorindo em cada ponta um pedaço de papel, meu mundo é papel, pintado por mim num carrossel de desejos, alto-baixo-alto-baixo-alto-magro-gordo-feio-meio-a-meio-meio-a-meio.




Com carinho para o Amigo Lucas Cucaze Fagundes.