quarta-feira, 26 de maio de 2010

Palmas para mim

Um bolo,
uma vela,
um aplauso,
uma tela.

Pinto a óleo,
escurece,
pinto o quadro,
que envelhece,
na poeira,
se esquece.

Sinto o tempo,
o relento,
acalento,
sinto e penso,
sou o que sinto,
sou o vento,
eu não minto.

Mais Rugas, mais amor!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aos que lêem

Um texto simples é dotado apenas de palavras, um texto profundo é dotado de palavras e sentimentos, um texto leve é dotado em suma por pensamentos de origem apaziguadora, um texto que tem por origem a intenção de criar controvérsia é dotado de acidez e raciocínio.

Textos existem aos montes, sentimentos existem aos montes,
sentidos para as palavras existem aos montes, o que realmente difere o curso das letras colocadas em cadência e enfileiradas corretamente é a evolução psicológica e sentimental de quem as lê, essa é a maior dificuldade do mundo moderno, gerar consciência em quem está pré-disposto a ser inconsciente e inconsequente.

À esses meu Boa Sorte uníssono e um pedido, Acordem, ainda dá tempo de retomar o controle de seus intelectos, mas se por um acaso optarem por não atar as rédias das suas consciências às suas mãos só nos resta, só me resta entender e não exigir muito das pobres mentes subdesenvolvidas, que acham graça de palavras pomposas como "Outrora" ou mesmo de palavras simples como "melancolia", à esses meu muito obrigado por me deixar sentir a superioridade intelectual e porque não espiritual e literária que me foi presenteava por Deus.

Grande abraço aos amigos que visitam meu Blog, sorriem, caçoam e não entendem absolutamente nada dos meus escritos e dotados de muito mais sabedoria que qualquer um de suas pequenas frases que estampam jornais e revistas.

Atenciosamente,
O que escreve.

terça-feira, 11 de maio de 2010

MORRER É ACORDAR.

MORRER É ACORDAR.
O Choro reunido num dia de chuva, a chuva lavando a tristeza, tristeza que se renovava a cada gota do mix de lágrimas e água, orvalho e lembranças. Os olhares ao chão, as flores, os passos lentos, os suspiros e os soluços sem distinção, jovens e adultos dividindo uma mesma canção.
O caminho se tornou longo até o lar dos que já se foram, o tempo parou por uma hora. Na memória estão registradas as cenas de um dia de dor. Sei que irão se renovar, porém não serão substituídas, afinal nenhuma lembrança é a mesma a cada dia. Assim como o sol não é o mesmo todos os dias, também não são as mesmas gotas de chuva que nos molham a cada tempestade. As pétalas de uma flor não são iguais, nem mesmo existem flores iguais, tudo é feito de pó, a luz e a sombra, o preto e o branco, o sorrir e o chorar, bem como o velho e o novo. Alguém me disse que Deus está nos detalhes e me parece bem verdade, lembro de cada detalhe, dos teus dedos gelados me fazendo cócegas, seus sorrisos tímidos e das gargalhadas quase nunca arrancadas por ninguém, lembro dos seus olhos pequenos escondidos por suas trêmulas mãos, lembro também dos agasalhos que lhe recobriam o corpo mesmo em dias de calor.
Só nos resta lembrar dos sorrisos da velhinha brincalhona e dar o último adeus, ou um até breve para cada lembrança diária.

À Minha Avó Paterna. Terezinha
8/05/2010.